Com suas alças rotas, rodas emperradas
A náusea da naftalina
E as botas do inverno passado
Esses livros me perturbam
Com seu abandono mudo
Arquivos mortos em pó
E as páginas arrancadas a gotas
Essas provisões me assustam
Com seu prazo de validade expirado
Bocas secas, estômagos ocos
E a fome do tempo que se abortou
Esses armários me apunhalam
Com suas portas quebradas
Tramelas vãs, sem chaves
E o ranger incessante da memória
Esse cubículo do mundo me estanca o sangue
Com suas rotas traçadas, às cegas percorridas
Valas abertas de agora, bueiros lacrados amanhã
E o branco-e-preto taciturno das fotografias
Esse ir e vir, sem pegar nem largar
Com suas migalhas, entre o lá e o cá
O muito que é seco, do pouco que sobra
E o vazio que engole fendas e escava as coisas
E as botas do inverno passado
Esses livros me perturbam
Com seu abandono mudo
Arquivos mortos em pó
E as páginas arrancadas a gotas
Essas provisões me assustam
Com seu prazo de validade expirado
Bocas secas, estômagos ocos
E a fome do tempo que se abortou
Esses armários me apunhalam
Com suas portas quebradas
Tramelas vãs, sem chaves
E o ranger incessante da memória
Esse cubículo do mundo me estanca o sangue
Com suas rotas traçadas, às cegas percorridas
Valas abertas de agora, bueiros lacrados amanhã
E o branco-e-preto taciturno das fotografias
Esse ir e vir, sem pegar nem largar
Com suas migalhas, entre o lá e o cá
O muito que é seco, do pouco que sobra
E o vazio que engole fendas e escava as coisas
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