cumulus prenhes de tempestades e vendavais
que tomam meu silêncio de assalto às trovoadas
e imploram pelo pranto torrencial das enchentes
arrebatam-me as insanas chuvas de verão
a iluminar os céus escuros da memória, porões do ser
com relâmpagos que rasgam o tempo feito chicotes
e expõem carnes, desnudam pensamentos
controlam-me a fúria das marés e a loucura das ondas
um oceano inteiro que meu infinito contém
mas escapam-me pelos olhos as ressacas do mar
que engole galés, as naus incautas do inconsciente
sobrevive em mim o contraste triste de cores e sombras
que tingem o horizonte logo depois do temporal
pinceladas vãs, por onde o sol morteiro tenta irradiar
a timidez branda dos raios mais insistentes
reinam em mim os ventos mais retumbantes
soberanos que destelham castelos e varrem paixões
mas que, exaustos da luta, bafejam no ar o perfume
vaporoso, cândido e fresco das manhãs
afloram de mim o calor e a sede dos desertos
mas também o frio glacial da solidão e da guerra
pois habitam-me continentes inteiros, mil estações
que governam o vasto de mim, furacão que o corpo encerra
hot & cold... achei, assim, feito pra mim.
ResponderExcluirmta identificação...
Por isso sempre digo: we're soul mates, hun.
ResponderExcluir