8 de fevereiro de 2011

Conversando com Los Hermanos: Da (não)culpa e da (não)vergonha.

Não, não, não! Não deixei de conversar com a Beta! Vou cirandar sim com a ciranda dos quereres dela, vou agregar danças mil e desejos mil, estejam certos.
Mas é que surgiu essa, de repente, do meio pro fim do almoço, assim, enquanto virava mais uma ode à minha morte ocidental lenta, a coca-cola. Não deu pra segurar essa conversa com os Los Hermanos:
Diz, o barbudo Camelo, em "Adeus Você":
"É bom, às vezes, se perder sem ter porque, sem ter razão.
É um dom saber envaidecer, por si, saber mudar de tom. Quero não saber de cor, também...
Para que minha vida siga adiante."
E daí é bem verdade que, embora praticamente nunca percebamos, é sempre a nós mesmas que estamos dando um adeus.



da culpa,
da vergonha,
não sei o que foi feito.
só que sempre me soube
delas feita,
mas agora refeita,
as procuro,
até com certa
culpa e vergonha,
por não senti-las.
do que sou feita agora,
que perdi a culpa,
que perdi a vergonha?
e olho agora pro sentir
e ele é solto em si,
descadeiado de mim.
caí numa tal de não
me pensar,
onde se faz agora a rede
de me emaranhar,
que não aqui no meu calcular?
não sei, dessas teias não sei.
nem diabinho nem mais anjinho
tem a me circundar a cabeça,
calou-se de vez um ou o outro,
ou juntos viraram-se a brincar?
eu não sei,
o que foi feito da
culpa e da vergonha,
eu não sei
o que é me ver
sem me chorar.
não sei quem é essa a rir de si.

Nenhum comentário:

Postar um comentário