4 de fevereiro de 2011

sob nova condução

Pois é, meus queridos: fãs (in)condicionais, passageiros cativos, visitantes ocasionais, enfim, heróis que acompanham o Expresso desde o ano passado, quando ele começou a rodar. Agora tem mais um condutor nesse trem que sai do inconsciente, desliza nos trilhos do self e para o inconsciente retorna, de uma forma ou de outra. Vocês já estavam cansados de uma única maquinista, imagino eu. Além do mais, duas cabeças pensam melhor que uma e, na melhor das hipóteses, fazem um estardalhaço do outro mundo. Essa maquinista recém-entronada é Ivy Gobeti. Ela escreve no Sujeito Simples, Sujeito Composto, é uma menina que eu conheci no réveillon desse ano, numa praia de "bacanas" chamada Enseada e que, esturricando no sol, com o traseiro cheio de areia e bebericando cerveja quente, de décima-terceira categoria, entrou para a minha vida, para o meu repertório e, agora, para o meu blog. A Ivy é leonina, politizada, contestadora, briguenta, apaixonante e acha que manda em todo mundo. Bom, pelo menos ela tenta. Eu sou canceriana, alienada, caranguejo pacífico, que adora se esconder num recôndito de corais e levar a vida numa boa. Bom, pelo menos eu tento. Tentando encontrar a nós mesmas, eu e Ivy nos achamos, num 31 de dezembro muito atípico para nós e, esticadas sob o sol, prometemos que um dia escreveríamos juntas.

É óbvio que a gente sabe que não vai ficar milionária com isso. Afinal, dá pra ficar milionário elucubrando, tentando mudar o mundo e escrevendo poesia? Mas dá pra jogar na Sena, dar aulas de inglês, vender remédio, procurar o amor da sua vida, ser promovido, ser demitido, levar um pé na bunda, fazer um investimento errado, gastar os tubos com torpedos DDD e, ainda assim, escrever poesia e ser feliz. Bom, pelo menos a gente tenta. E vai conseguindo, meio aos trancos e barrancos, Ivy lá em Maringá, eu cá no topo da Serra do Mar. Temos um plano de nos revermos no Carnaval. Mulher é assim. Melhor, brasileiro é assim: combina mundos e fundos para o Carnaval. Bem, cariocas são assim, acho. Mas de alguma forma existe uma certeza imensa dentro de mim de que vamos nos reencontrar. Se não no Carnaval, em qualquer outro feriado, dia santo, dia útil ou inútil, que seja. Porque no momento em que conheci Ivy - e ela se lembra muito bem - disse que ninguém no mundo poderia viver e morrer sem conhecê-la. Só que não basta "conhecer" a Ivy. Tem que ver, abraçar, ouvir a gargalhada dela e sentir o olhar voraz dessa moça, que parece ler a sua alma e desvendar aqueles segredos que você não conta nem para o analista. Ou talvez principalmente para o analista.

Enquanto o Carnaval não chega, a gente vai se abraçando à distância, conversando pelas crônicas e poesias e postando nossas carnes remexidas e nuas para vocês lerem. A idéia é a seguinte: uma de nós escreve um conto e a outra adiciona um ponto. A coisa vai ser como um jogo de frescobol em Copacabana, no domingo, às cinco da tarde. Ivy joga a bola para mim, eu rebolo 270° para rebater, ela pega a bola de lá, manda com efeito pra mim e assim vai, um "balãozinho" amistoso em que eu ganho quando a Ivy ganha e, com sorte, vencem vocês, os espectadores desse jogo. Pensando em trem, seremos duas maquinistas que operam em sincronia. A vantagem de viajar num Expresso com dois condutores é que você tem a certeza de que o cenário vai sempre mudar. Porque quem comanda um trem de emoções, reflexões e poesia é também um pouco pintor de aquarelas. Então, se a melancolia estiver tingindo a paisagem de cinza, as pinceladas coloridas, vivas e expressionistas da Ivy aparecerão pra sacudir a poeira que eu deixei para trás. E assim a gente segue, costurando um patchwork de textos com retalhos meus, retalhos de Ivy e retalhos das vidas muito diferentes que levamos, mas, ainda assim, com nortes incrivelmente semelhantes.

Bom, amigos, chega de rasgar seda pra Ivy. Agora, além dos marcadores que vocês já conhecem - crônicas, contos, poesias, bobagens e pessoal - haverá mais dois: "viagem de trem com ß" e "vôo de balão com Ivy". É legal que, ao entrar numa cabine, você saiba quem está conduzindo o trem naquele dado momento, não é? No mais, gostamos de saber sua reação à nossa prosa. Não se reprima e, por favor, marque ( ) uau!, se achar um barato; ( ) oops.., se achar que as condutoras erraram a mão; e ( )hein?, se achar que fumamos um mato estranho do fundo do quintal ou que escrevemos no escuro. Se quiser fazer um comentário, então, puxa! A gente vai ganhar o dia. Pode comentar com a sua conta no google, pode comentar como anônimo, com a sua identidade no blogger, enfim, pode comentar de qualquer jeito. Não xingando nossas mães - nem a gente - e não "cantando" as maquinistas na tora, todo comentário é válido e adorado. Não tem nada pior para os colabores de um blog do que a sensação de que o blog está entregue às moscas ou, pior, de que nem a nossa mãe lê e/ou comenta. Também dá pra você seguir o Expresso. Aí, então, meu amigo, a gente faz uma festa com pipoca, Coca-Cola e filmes dos anos oitenta! Então é isso. A gente se vê na próxima viagem.

P.S.: MILENE PORTELA, tá esperando o que pra se juntar a nós? 

Roberta, almoço às três da tarde, lata vazia, cara de quem quer outra(s)

Ivy, os Beatles, Marlon Brando e um bichano que eu não sei se é de pelúcia

3 comentários:

  1. Boa! Tá virando canal, hein! É o canal!

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  2. Hehehe... Vem pra cá também, Gabe's. Vai dar um puta upgrade no Expresso!

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  3. eu estou esperando você sabe o quê, né: diposição, ânimo e voltar a ser eu. it takes a while to stand up under the fog and breathe over the heavy clouds.
    obrigada sempre por vc se fazer presente. =]

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