15 de fevereiro de 2011

re-partida



lua enchendo no céu
subida escura de morro
cheiro de terra orvalhada
lembranças frescas num jorro

regalo e leito ofertados
palavras cruzadas com sabor
um horizonte anil descortinado
promessas feitas com langor

vento soprando nas narinas
aroma distinto de mangue
luzes apagando ao longe  
alma ficando mais exangue

silêncio da noite embalando
vazio dorido da partida
desejo urgente de retorno
por uma saudade desmedida

3 comentários:

  1. é incrível. toda vez que eu tento rimar, dá merda.

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  2. hey ya,
    talvez haja coisas a mais a rimar: como o que vai na cabeça e o que pulsa aí. quando essas rimas se encontram, que espetáculo.

    não vi merda não.
    vi uma pessoa que tenta enquadrar nos versos uma vida que não tem cantos delimitados e linhas tão retas. it never fits... desafio tremendo.

    ponha na prosa e na poesia a liberdade ainda privada.
    há neologismos, não-verbos, frases sem ação, aglutinações, substantivos ativos, advérbios sem maneira e sem modos, enfim. crie o seu mundo, a sua literatura, o seu padrão despadronizado. ;)

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  3. Obrigada, linda minha. Ainda assim, é difícil que dói... Vou deixar as rimas para lá e brincar só com figuras de linguagem, que fico num terreno mais sólido. Areia-movediça é poesia com rima...

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