27 de março de 2011
[...entre...]
entre viver no ato e espreitar pela janela
seguir de fato e empacar na contramão
tingir a paisagem e acinzentar os olhos
avançar no ataque e recuar ao solo
[...]
entre a brancura da luz e o véu do breu
a gargalhada compulsória e a lágrima imputada
a avidez dos abraços e a compostura dos olhos
a certeza do senso e a embriaguez dos sentidos
[...]
entre a proa dos mares e o ecoar das estradas
a rebeldia insana e a concessão descabida
o vislumbre entre as cortinas e as portas cerradas
[...]
entre o desejar liberto e o dever omisso
o despedaçar evidente e o soerguer ressentido
fico nos entremeios dos parênteses cavos
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Sem palavras!
ResponderExcluirPonto!
Essa poesia roubou minhas palavras!
Quantas vezes eu já falei que morro sem os seus comentários aqui? #EscritoraOrfãFeelings
ResponderExcluirEntre...
ResponderExcluirQue entre tudo...
Que você deixe entrar.
Que entrem todas as coisas, e que entre elas esteja você, não como perdida no todo, mas como parte do todo, como portas abertas a tudo o que queira e deva entrar.
E que entre os opostos seus em você, e entre em você um pouco um de cada lado, e que entre então você, por todos os lados, carregando pro mundo todas as coisas que deixou entrar.
Obrigada, amiga. E que entre nós exista sempre a proximidade, ainda que no espaço oco da distância descabida, doída, vã.
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