8 de outubro de 2010

Πολιτική (Politikí)


Política vem do grego Politikí, algo de que esse povo antigo se orgulha muito já que, através da política, que os gregos de fato "inventaram", o povo tem expressão ativa em um governo. 

"O objeto principal da política é criar a amizade entre os membros da cidade". Isso quem disse foi o Aristóteles, filósofo e grego que, aparentemente, entendia de política e respeitava a coisa.

O Nicolau Maquiavel, este, italiano, foi o primeiro a empregar o termo "Estado" no pensamento político. Depois de escrever seu clássico, "O Príncipe", que fala basicamente de política e de governantes, Maquiavel é considerado, até hoje, o precursor da Ciência Política. 

Eu, que não sou grega nem muito fã de Maquiavel, admito que, em política, sou tão boa como em malabarismos com espadas. Política para mim é uma coisa tão desgastante, frustrante e tediosa que, em protesto ao voto obrigatório no Brasil, eu registro meu título eleitoral apenas em lugares onde não resido. Assim, só justifico meu voto. E assim mesmo apenas porque, do contrário, fico em "dívida" com a Justiça Eleitoral, pago multa e ainda sou impedida de fazer concursos públicos. Eu não voto, ou melhor, justifico meu voto e caminho às margens do mundo político desde os 18 anos, quando me mudei para Minas, e o título ficou no Rio, por onze anos, que foi o quanto durou minha história nas Minas Gerais. Quando eu soube que teria que voltar para o Rio, transferi o bendito para Minas alguns meses antes. E, para todos os efeitos, oficialmente eu voto numa faculdade de um bairro chamado Buritis, em Belo Horizonte.

Dia de eleição, para mim, é uma facilidade, ou melhor, uma dificuldade a menos. Pode-se justificar seu voto até nas agências do Correio, alguns dias depois do dia da Eleição propriamente. Mas, para subverter geral - o que já é um ato político, diria o nosso amigo Maquiavel - eu viajo em dias de eleição. E tem uma vantagem nessa política toda: nunca me convocaram para mesário, e acho bem difícil que me convoquem.

Outro dia me disseram que a Justiça Eleitoral pode me obrigar a transferir meu título para a cidade onde moro. Acho que isso é balela. Como sempre justifico meus votos, eles devem entender que sou uma consultora de negócios ou coisa parecida, e estou sempre viajando. E, portanto, a nação há de se contentar com o voto justificado dessa cidadã que paga todos os seus impostos regularmente. Aliás, mudando de pau pra cajado, tem alívio maior do que imaginar que a vida da gente é uma viagem constante, um percurso, uma estrada, uma curva nova a cada dez quilômetros, paisagens para a gente admirar enquanto segue para o norte ou para o sul, ao sabor da trajetória, e não do destino? É... Política não é o meu forte mesmo. Estou mais para a poesia, para o abstrato da vida. 

De qualquer forma, se um dia desses o TRE de Minas me convocar para mesário, tenho uma proposta para você. Venha votar, ou melhor, justificar seu voto no Buritis, onde eu estiver monitorando a parada. Pode acreditar amigo, você vai ter no mínimo duas vantagens se aceitar minha proposta: primeiro, vai viajar para as Alterosas, terra boa e linda, uma beleza de se ver e visitar. E, depois, pode ter certeza, a diversão vai estar garantida. Porque, se um dia me convocarem para mesário, minha seção eleitoral vai ser uma zona de primeira. 

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